Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

quinta-feira, 31 de março de 2016

Férias em Família....

Este ano perguntei ao Miguel o que preferia fazer em seu aniversário: uma festa ou uma viagem em família. Ele não pensou duas vezes e escolheu a viagem.

Claro que logo pediu para ir à Disney, afinal, é mágico! Mas falei que ele já tinha  viajado pra lá e que tinham muitas coisas e lugares legais no mundo que ele ainda não conhecia. Foi assim que, procura de um lado, investiga do outro, chegamos ã ideia de irmos ao Chile. A ideia inicial do Miguel era conhecer o deserto do Atacama, porem o papai, urbano que só, vetou e preferiu ficar somente pela cidade.

E assim começaram os preparativos para nossas férias no Chile.

Cada dia de planejamento e busca de lugares e passeios a conhecer iam aumentando a expectativa do meu filho de uma viagem incrível. Na véspera da viagem tínhamos que dormir cedo, pois sairíamos de casa as 4h da manhã, meu moleque não conseguia dormir de tamanha excitação. E na hora do despertador tocar já estava de pé com os cabelos arrepiados e um sorriso nos lábios.

 

Chegamos em Santiago com o dia ensolarado porem com temperatura amena. Durante toda a nossa chegada só conseguia ouvir o Mi dizer como estava feliz de estar lá e de “experimentar o Chile”. Inclusive ele realmente provou o que o país tinha a oferecer, comendo e bebendo o que havia nos restaurantes sem reclamar e com orgulho de viajante (isso me deixou muito empolgada e feliz).

A cada dia ele nos perguntava sobre o passeio que era destinado a ele, parques de diversão que fomos no final de semana, até de degustação de vinho ele gostou de participar. Sua ansiedade e excitação eram contagiantes. Ele ficou com carinha de chileno (se é que isso existe), estava diferente, solto, inteiro, puro, feliz.



Não é somente com viagens tradicionais que as crianças se encantam. Elas gostam de experimentar o novo, sair da mesmice e ganhar asas. Espero que meu pequeno voe alto, voe longe.


No dia em que voltamos para casa, ele chorou, chorou um choro sofrido e doido porque a viagem havia chegado ao fim, porque queria voltar, porque é criança e seu desejo de sonhar não tem limites. Prometemos que viajaremos novamente assim que for possível e que poderemos voltar a lugares já conhecidos se ele quiser. E desta forma, seu sorriso brilhou novamente...

quarta-feira, 2 de março de 2016

Mamãe, você transa?

A gente de repente percebe que os filhos estão crescendo quando sem mais nem menos surgem aquelas perguntas embaraçosas nos momentos menos esperados.

E foi assim que ao colocar o Miguel para dormir e me deitar a seu lado, começamos com nossos bate papos "cabeça"sobre qualquer e coisa, e ele emendou:

- Mãe, você transa?

Faço então aquela cara de paisagem, sem reação nenhuma, enquanto no fundo do meu cérebro busco em meus arquivos mentais (em fração de segundos) todas as respostas possíveis e tento identificar ode onde surgiu o questionamento.

- Miguel, eu não sabia que você conhecia esta palavra. Onde você ouviu isso?

Enquanto ele já meio sem graça, meio a risinhos de canto de boca tentava me explicar, eu continuava com cara de caneca e aquela escavação cerebral, "onde ele ouviu isso?, será que ele viu a gente?" e outras tantas perguntas.

- Você não tá brigando, né?

- Claro que não, você pode falar tudo para a mamãe  - minha cabeça dava giros.

- Porque o papai não quis me responder.

- Ah, vai ver ele não sabia. Mas onde você ouviu esta palavra?- Nossa que resposta estúpida, dã!!!

- Eu vi naquele seu filme da maçã. - Para quem não conhece a maçã aparece na abertura da série de TV Desperate House Wives.

-Ah... - PQP! - E você sabe o que significa esta palavra? 

- Eu sei. É quando duas pessoas ficam assim (ele fez um gesto de pessoas se abraçando e beijando com a língua para fora, como me deu vontade  de rir). E eu nunca vi você fazer isso com o papai.

- E como você sabe que eu não faço?

- Porque eu espio - Fiquei sem ar. - Brincadeira, eu não espio não.

Ufa. Que papo louco. Vamos encerrar logo esta sessão de curiosidade e confiança.

- Só para você saber, eu transo sim.

- Mamãe, eu tô com sono. Boa noite.

E assim do jeito que começou, acabou aquela conversa sem novas indagações e questionamentos. Ele me deu um beijo, virou para o lado e dormiu. 

Eu fiquei ainda alguns minutos deitada a seu lado na cama pensando que preciso recolocar a senha no Netflix e parar de ver TV quando ele está na sala. Pra que antecipar o crescimento e as descobertas que vão acontecer inevitavelmente?