Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

domingo, 29 de setembro de 2013

Esquadrão da moda infantil

Sábado saindo com Miguel para uma festinha aquela pergunta que toda mãe de menino faz ou vai fazer em algum momento, perguntei se eu estava bonita.

Ele me olhou de cima abaixo, torceu o nariz e disse que não. Mas não ficou só nisso, ainda emendou: "volta em casa e troca que eu fico aqui sozinho mesmo te esperando".

Engoli meu riso, e perguntei o que está ruim com a roupa e ele respondeu: "é muito azul".

Então, tentando corrigir meu erro de ontem, na hora de sairmos para um  almoço de aniversário, voltei e fiz a mesma pergunta. Ele novamente me olhou de cima abaixo, esticou a mão em minha direção e girou a mão fechando-a (como o Jô Soares faz com a banda), e disse: "agora sim, tá linda, tudo isso".

Será que ele vê Esquadrão da Moda na escola?

sábado, 28 de setembro de 2013

Cuidando dos amigos do seu filho

Convidamos um amigo do Miguel para vir dormir em casa esta noite. Já não é a primeira vez, eles crescem muito rápido...

Os meninos dormiram por volta de 22h, após banho, lanche, filme, jogo, e uma tremenda bagunça no quarto.  Era melhor comprar uma casa na nova... hehehe. Enfim, tudo normal para dois meninos de 4 anos.

Até já tinham decidido o programa do dia seguinte: a pracinha aqui embaixo de casa.

De madrugada, Miguel acordou perguntando onde estava o amigo. Gelei. Como assim. no quarto? Nem levantei. Minha mente estava há mil e eu pensava: "ele foi dormir na sala; ou; rolou para debaixo da cama; e por último, ele é sonâmbulo, foi até a sala abriu a porta e fugi. Ai, meu Deus, o que eu vou falar para a mãe dele?"

Fui até o quarto ela estava o Miguel dormindo novamente e o menino deitado na cama ao lado sem saber de nada. Meu filho estava tão sonado que passou pelo amigo e nem o viu na cama.

E eu surtando, achando que tinha perdido uma criança que dormia tranquilamente no quarto ao lado. Sério?!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ser mãe e o Dalai Lama

Hoje eu recebi esse texto da minha mãe, entendi e achei que é meu objetivo de vida. Todos os dias agradeço a ela por ter me ensinado do jeito que ensinou, e espero poder fazer 1/3 pelo meu Miguel.

Só eu eu sei quantas vezes deixei meu filho chorar, ou o magoei para que ele compreendesse uma determinada situação, ou ainda, só observei de longe, de fora, enquanto ele descobria o mundo a sua frente. 

Eu sempre vou estar em seu coração, mas não poderei estar impedir de o ferir ou ele de crescer. Então, que eu seja aquela a prepará-lo da melhor forma para este mundo, mesmo que às vezes signifique me afastar e ser espectadora de sua vida.

Para as mães:

"A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo. 

Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha. Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária. Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso. Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas
escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros
também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no
fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis. Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar."
"Dê a quem você Ama :
- Asas para voar...
- Raízes para voltar...
- Motivos para ficar... " -

Dalai Lama 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Ser carioca

Mais uma do Miguel...


Ele está falando com sotaque e ginga de carioca, aí a gente falou para ele: 

-"Aí, Miguel, está falando que nem carioca". 

E ele responde:

-"Eu não sou carioca".

- "Mas você sabe o que é ser carioca? É quem nasce no Rio, e gosta de praia, futebol, do 

pão de açúcar e  cerveja". 

-"Mas eu não gosto de cerveja, mãe".


 TOMA!!!




Comentário pós relato: Nunca demos cerveja para ele não, era apenas para ilustrar o estereótipo.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Explicando sobre menstruação

Lá em casa o uso do banheiro é coletivo, quem tem criança pequena sabe que é difícil entrar em qualquer cômodo da casa sem ser seguido por seu filho e de um pergunta: “mãe, o que você está fazendo?” Comigo não podia ser diferente.

Foi assim que Miguel começou a ser dar conta da anatomia humana e das diferenças entre meninos e meninas. Há muito eu já o ensinava que meninos tinham pinto e meninas tinham pixirica, e como ainda tomamos banho juntos, ele sempre pergunta sobre mais uma ou outra coisa: pelinhos aqui e acolá, peitinho, etc.

Mas num dia específico do mês que eu recebida aquela visita inusitada, ele entrou correndo no banheiro bem na hora em que eu me limpava. Olhou para mim de olhos arregalados e perguntou:

-“Mamãe, vocês está com sanguinho na pixirica!?”

Num primeiro momento sem querer dar muitas explicações, disse que as meninas adultas têm “sanguinho na pixirica” uma vez por mês, mas que não dói. Ele perguntou se amigas dele também têm e eu disse que criança não, e blábláblá.

Passado algum tempo ele voltou com o tema, porque me viu usando “fraldinha”, e toma a sacanear a mamãe. Foi quando ele perguntou:

-“Mamãe, a sua pixirica tem sanguinho porque a sua pepeca derreteu?”

Vou esperar ele fazer 5 anos pra gente retomar o assunto. Melhor, né?

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Mãe coruja, uma ova!

Você sabe de onde vem a expressão mãe coruja? 

Depois que eu li esta história fiquei revoltada, 

Ser mãe coruja é uma ofensa gravíssima, É quase como me insultar de ser incapaz de ver meu filho como ele é com seus defeitos e limitações. 

Sim, vou amá-lo para sempre, mas se eu não for a primeira pessoa a frustrá-lo e mostrar a ele que o mundo não é sua bolha, Quando ele não mais estiver sob minha asa sofrerá de tal modo que não poderei acalentar.

Sou da teoria que as primeiras frustrações de uma criança devem ser passadas em família dentro de casa, com a certeza do amor de seus pais, Para que possam enfrentar a decepção e se reerguerem com segurança para aprenderem a fazer o mesmo no mundo de fora quando necessário. Pais que "passam a mão" na cabeça dos filhos e dizem sempre sim não estão ajudando suas crias a viverem o mundo, apenas postergando a frustração que um dia irá chegar.


Conta uma fábula portuguesa que a coruja encontrou a águia, e disse-lhe:

- O águia, se vires uns passarinhos muito lindos em um ninho, com uns biquinhos muito bem feitos, olha lá não os coma, que são os meus filhos!

A águia prometeu-lhe que não os comeria; foi voando e encontrou numa árvore um
ninho, e comeu todos filhotes. Quando a coruja chegou e viu que lhe tinham comido os filhos, foi ter com a águia, muito aflita:

- O águia, tu foste-me falsa, porque prometeste que não me comias meus filhinhos, e mataste-nos todos!

Diz a águia:

- Eu encontrei uns pássaros pequenos num ninho, todos depenados, sem bico, e com os olhos tapados, e comi-os; e como tu me disseste que os teus filhos eram muito lindos e tinham os biquinhos bem feitos entendi que não eram esses.

- Pois eram esses mesmos, disse a coruja.

- Pois então queixa-te de ti, que é que me enganaste com a tua cegueira.
A essa fábula é atribuída o surgimento da expressão "mãe coruja "pois aos olhos das mães os filhos são sempre perfeitos e lindos, o coração de uma mãe é o lugar mais seguro do mundo e se precisar até sangra por um filho.