Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

sábado, 25 de julho de 2015

O que é ser nerd?


Vovuha e Mi foram assistir ao filme Pixels, aquele sobre os videogames serem bandidos e o PacMan destruindo tudo. 

Na saída do cinema rememoramos vários lances do filme, Vovucha conta para ele como eram os jogos do Fliperama e do Atari no meu tempo de criança e fala que a tia, minha irmã, é nerd. Ofensa grave. 

- Não é não Vovucha. 

Começa então a onde de explicações. São vários motivos para a tia V. ser uma nerd, e ainda há mais, não é só ela, muita gente que ele conhece é nerd. Tio J. também, num grau menor. 

- E minha mãe? 

- Só um pouquinho. - responde a Vovucha.

Percebendo que ele considera ser nerd uma coisa ruim, ela começa com sua própria definição: os nerds são inteligentes, gostam de jogos eletrônicos e adoram super heróis. Ele se espanta. Então, lembra da coleção de quadrinhos da tia V., que ela deixou para ele. 

Fala de outra definição, dos caras que ficam o tempo todo no computador e só pensam em estudar. O taxista ri e concorda com essa ultima definição. Mi pergunta se o pai é nerd

-Ele é muito estudioso mas não é um nerd. 

No fim ele desabafa:

- Minha mãe não me deixa jogar. 

Depois de Pixels Miguel tem motivos de sobra para querer vivenciar a nerdice hereditária da tia, afinal os nerds são os heróis. Vai dar trabalho!


OBS: Texto baseado em relato da Vovucha.

domingo, 19 de julho de 2015

60 segundos

Sempre uma luta para fazê-los parar o que estão fazendo para entrar no banho. E depois uma batalha para tirá-los de lá. 

-Miguel, você tem um minuto para sair do banho. - grita o pai.


Alguns segundos de silêncio, seguidos de uma voz infantil abafada pela água do chuveiro:


- Um, dois, três, quatro, cinco, seis... 

O pai e a mãe se olham com ar incrédulo, A contagem prossegue num ritmo nada ritmado.

 - Vinte um, vinte e dois, vinte e três...

-Ele está contando os minutos?!

Risada dos pais na sala. Até a "bronca" para sair do banho é tratada como uma brincadeira. Esse moleque é fogo!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Hora da Aventura

Está cada vez mais difícil acompanhar o que as crianças curtem, especialmente se trabalhamos o dia todo e o tempo que sobre para curtir os filhos é mesmo os finais de semana.

Volta e meia sento com o meu Miguel na frente da TV para vermos um filme ou um programa qualquer. Tenho medo de olhar para trás e perceber que esta fase passou. Ela é único, sinto que cada vez mais que ele se torna independente, menos necessita da nossa companhia. Nada que já não soubesse na teoria, mas viver na prática é outra história.

A gente senta para jogar jogos de tabuleiro, ler livro ou revistinha, fazemos o dever de casa juntos, e ainda há aquela hora do banho em que ele fica conversando sobre o dia. 

Estes momentos são realmente especiais. É quando entramos no mundo dos filhos e descobrimos uma lógica, uma percepção do mundo típica das crianças. Com suas próprias coerências e relações que, para mim, não têm nada de fantasioso. Ao contrário, eles vivem um mundo imaculado da incredulidade dos adultos. 

E foi assim que conheci o desenho mais bizarro que vi nos últimos tempos. Parece que depois de uma guerra apocalítica ou nuclear, sei lá, criou-se um mundo alternativo no melhor estilo "Lucy in the sky with diamonds".Mas não basta sentar do lado e ver o desenho, tem que acompanhar as explicações que ele faz questão de dar para nos contextualizar no seu universo.


Momento de explicação: 

- A Princesa Jujuba é feita de chiclete mas o nome dela é Jujuba, igual a mim, meu nome é Miguel e eu sou feito de humano.


-Mas o que é ser feito de humano? - pergunto.


-Ah, sei lá, né. Sou eu.


Aguardarei a sequência de seu raciocínio lógico no próximo episódio.


sábado, 11 de julho de 2015

Clue

Finalmente aderimos à TV paga após 10 anos de resistência. Nada político, simplesmente desnecessário, para quem passa o dia todo na rua. Mas fomos vencidos pela pressão do herdeiro e estamos em fase de testes.

Aproveitei para rever filmes e séries de que gosto muito. Foi quando redescobri o filme Clue (Os 7 Suspeitos) , baseado no jogo de tabuleiro Detetive. Comentei em casa e descobri que meu marido nuca tinha visto. Como havia dublagem em português, sentamos todos para ver.

No início Miguel ficou um pouco tenso, e amedrontado até perceber que se tratava de uma comédia, que tudo era mentira. Ele curtiu o filme e ficou falando dos personagens durante alguns dias.

Por coincidência, naquela mesma semana vimos um episódio do desenho Family Guy também baseado na história do jogo. E novamente ele viu e reconheceu o contexto, apesar dos  personagens serem outros.

Semanas antes de vermos o filme e o desenho, eu havia comprado o jogo para ele para guardar e e dar de dia das crianças. Depois de ter demonstrado interesse sobre a história, em especial porque teria associação a um jogo, resolvi antecipar o presente.

Resultado? Estou com uma criança de 6 anos viciada em jogar detetive.

Mas quem é o culpado?

Foi a mamãe, com o filme, na sala de estar.