Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Conversa de mãe e filho ou coaching?

7 anos é uma idade bastante desafiadora para uma criança, ela começa a deixar de ser dependente de seus pais, uma extensão de suas vontades, e começa a desenvolver mais autonomia e segurança para lidar com o mundo a sua volta e os desafios do crescimento.

Meu filho está nesta idade, e pede insistentemente para que confiemos nele para que possa explorar o mundo - deseja andar sozinho entre a praça e nossa casa, transitar pelo edifício desacompanhado e até mesmo ficar em casa enquanto resolvemos algum assunto na portaria. Entendo tudo isso como parte de seu desenvolvimento, e acredito que é muito saudável. Mas junto com a liberdade vem responsabilidades e bilhetinhos da professora na agenda sinalizando a necessidade de ajustar expectativas.
Esta semana não veio bilhete, mas foi feito um acordo verbal entre ele e a professora de que o próprio nos contaria sobre uma travessura em sala de aula. De fato nada demais, porem seu comportamento se deu num momento inadequado, atrapalhando os demais colegar, enfim a coisa certa na hora e lugar errados.

Ele me contou com detalhes, seguido de reticência por medo de ser recriminado. Ouvi tudo e comecei a questiona-lo o porque de ter agido daquela forma, sobre como ele se vê e gostaria de ser visto, e como seria se tivesse agido diferente. A conversa que iniciou com ele tentado acusar um colega pela bagunça, terminou com ele se auto responsabilizando por ter incitado a confusão e má postura. Ele me disse que estava com medo de me contar porque eu poderia brigar, e indaguei se não estava brigando, mas ele disse que não, que estávamos apenas conversando.
Resumo da ópera, ele só precisava ser ouvido e respeitado como o indivíduo que tanto proclama ser, autônomo e responsável por suas atitudes. Por si só tomou a decisão de assumir sua atitude e traçou um novo combinado comigo.
Sua meta é ser um bom líder dos colegas, então a partir de agora registra diariamente todas as ações positivas e negativas do dia, para que possa identificar os pontos de melhoria. E chamamos as "coisas ruins" de "coisas a melhorar", afinal como ele mesmo disse, "eu não bati em ninguém, né , mamãe?" (o que para ele seria uma ofensa grave sujeita a punição e castigo), tudo tem conserto.
De forma doce, com autoridade e afeto estabelecemos conexão e confiança mútua, meu filho se sentiu acolhido, amado e respeitado, e estando neste local seguro, pôde refletir sem julgamentos sobre suas ações e traçar sua nova estratégia.