7 anos é uma idade bastante desafiadora para uma criança, ela começa a deixar de ser dependente de seus pais, uma extensão de suas vontades, e começa a desenvolver mais autonomia e segurança para lidar com o mundo a sua volta e os desafios do crescimento.
Meu filho está nesta idade, e pede insistentemente para que confiemos nele para que possa explorar o mundo - deseja andar sozinho entre a praça e nossa casa, transitar pelo edifício desacompanhado e até mesmo ficar em casa enquanto resolvemos algum assunto na portaria. Entendo tudo isso como parte de seu desenvolvimento, e acredito que é muito saudável. Mas junto com a liberdade vem responsabilidades e bilhetinhos da professora na agenda sinalizando a necessidade de ajustar expectativas.
Esta semana não veio bilhete, mas foi feito um acordo verbal entre ele e a professora de que o próprio nos contaria sobre uma travessura em sala de aula. De fato nada demais, porem seu comportamento se deu num momento inadequado, atrapalhando os demais colegar, enfim a coisa certa na hora e lugar errados.
Ele me contou com detalhes, seguido de reticência por medo de ser recriminado. Ouvi tudo e comecei a questiona-lo o porque de ter agido daquela forma, sobre como ele se vê e gostaria de ser visto, e como seria se tivesse agido diferente. A conversa que iniciou com ele tentado acusar um colega pela bagunça, terminou com ele se auto responsabilizando por ter incitado a confusão e má postura. Ele me disse que estava com medo de me contar porque eu poderia brigar, e indaguei se não estava brigando, mas ele disse que não, que estávamos apenas conversando.
Resumo da ópera, ele só precisava ser ouvido e respeitado como o indivíduo que tanto proclama ser, autônomo e responsável por suas atitudes. Por si só tomou a decisão de assumir sua atitude e traçou um novo combinado comigo.
Sua meta é ser um bom líder dos colegas, então a partir de agora registra diariamente todas as ações positivas e negativas do dia, para que possa identificar os pontos de melhoria. E chamamos as "coisas ruins" de "coisas a melhorar", afinal como ele mesmo disse, "eu não bati em ninguém, né , mamãe?" (o que para ele seria uma ofensa grave sujeita a punição e castigo), tudo tem conserto.
De forma doce, com autoridade e afeto estabelecemos conexão e confiança mútua, meu filho se sentiu acolhido, amado e respeitado, e estando neste local seguro, pôde refletir sem julgamentos sobre suas ações e traçar sua nova estratégia.
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