Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

sábado, 31 de maio de 2014

Beijos iguais

Tomando banho com o Miguel, ele vira para mim e diz:

- Eu vi dois bebes meninos dando beijo na boca.

- Ah, é? E pode, dois bebes meninos beijarem na boca?

- Pode.


Continuamos no banho sem dar bola pro assunto e ele continua.

- Eu vi dois adolescentes meninos dando beijo na boca.

- Ah, é? E pode, dois adolescentes meninos beijarem na boca?

- Pode.

Resolvi entender até onde ia o pensamento dele, uma vez que nunca conversamos sobre o assunto e ele não estava me fazendo uma pergunta apenas me relatando o que tinha visto. Queria saber o porquê de estar me contando e qual sua curiosidade sobre o tema.

- E dois homens de barba podem dar beijo na boca?

- Podem.

- E duas mulheres adultas podem dar beijo na boca?

- Podem. – ele parou um pouco como se refletisse sobre algo e então continuou – Dois homens de barba podem dar beijo na boca mas só podem se os dois quiserem, se um dos dois não quiser não pode. E eles têm que gostar do outro.

- Entendi, eles tem que se gostar, tem que se amar é isso?


- É, porque se um não gostar não pode. Por isso que os bebes meninos beijaram.

Nunca comentei com ele minha opinião sobre o assunto e não sei de onde tirou essa ideia, se me ouviu comentar, mas o que importa é a inocência da sua visão de mundo, que permaneça assim, imaculada e doce. Porque é como deveria ser, se tem amor é verdadeiro, é possível, bonito e sincero (essa parte é a minha opinião).

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Mais uma do Esquadrão da Moda

Me vestindo para o trabalho pela manhã, andando de um lado para o outro da casa. 

Depois de colocar as calças e o paletó do terno o Miguel diz: 

-"Mamãe, agora só falta o chapéu, a estrelinha na calça e uma arma e você está vestida de xerife!". 

Eu tirei o paletó. Dei um beijo nele e fui para o trabalho.

* Postei esse comentário no facebook e 29 pessoas curtiram.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Experiência x experimentação

Esta semana recebemos uma notificação da escola sobre o mal comportamento do Miguel. Ele pegu um copo urinou dentro, misturou sabão, pasta de dentes e  jogou no chão do refeitório. 

Lastimável! 

Quando questionado, pela professora, sobre o porquê disso, respondeu que queria fazer uma experiência. Foi conduzido à coordenação, para reforçar o entendimento que pra tudo há hora e  lugar e daí a tal anotação.

Mal cheguei em casa, ele mesmo veio me contar, de cabeça baixa e ombros caídos, que havia uma nova anotação na agenda (já tínhamos recebido outra dois dias antes). Ele me contou com detalhes, antes mesmo que eu pudesse ler a versão da escola, com uma riqueza de detalhes e uma seqüência lógica extremamente desproporcional para uma criança de quase 5 anos de idade.

O que me chamou atenção em seu relato, além do fato dele ter vindo me contar de livre vontade, livre de preconceitos ou temores das sanções que pudesse vir a sofrer, foi o motivador do caso. 

Uma das cuidadoras/auxiliares mostrou a ele uma experiência feita por um aluno de uma turma mais velha, acredito que feia em uma aula de ciências, onde uma bexiga e uma luva cirúrgica simulavam o funcionamento do coração e pulmão. Era uma experiência super interessante com apelo visual incrível e que traziam ainda um conteúdo, um saber.

Na mesma hora, sua mente começou a funcionar e algo dentro dele disse que ele também tinha que fazer uma "experiência". Ele utilizou os recursos que encontrou pela frente e foi embora, deixou-se levar pelo afã da curiosidade, pela inquietação do ser humano, pela necessidade de experimentação.

Concordo com a escola, cuja  lição para ele, é que cada coisa tem sua hora e lugar para acontecer, que fazer xixi no copo e jogar no chão não é uma coisa legal. Por outro lado, não posso deixar de me impressionar com a forma como a mente do Miguel funciona, e  com os anseios de seu coração. 

Conclusão, estou devendo a ele realizar algumas experiências em casa, fizemos um bolo juntos para que eu pudesse explicar o processo da fermentação, mas tem que ser outra coisa mais palpável. Vou ver se pendo em algo ou então compro um kit de química.

domingo, 18 de maio de 2014

Graveto

E Miguel viria para mim e diz:
-"Eu queria tanto ser um graveto" (silêncio) "Para SER farpa". 
-"E por que você queria Ser uma farpa?"
-"Para espetar as pessoas". 
Eu não entendi ainda e vocês?

Sem rodinhas

Quando no final de semana do dia das mães o amigo C. pediu ao pai para retirar as rodinhas de sua bicicleta, Miguel, competitivo que só, também correu para pedir ao pai para que retirasse as rodinhas de sua bicicleta.

Na semana seguinte, insistiu no assunto e cobrou a remoção das rodinhas e só sossegou quando chegou em casa após a escola e viu que seu pai havia levado sua bicicleta a uma oficina para que para que retirassem o apoio.

Foi uma semana longa a que se seguiu, de muita espera, aguardando a chegada do final de  semana seguinte para irmos passear e treinar andar de bicicleta como “menino grande”.

Chegou novamente o domingo. Saímos para encontrar a amiga P. no Aterro, e como chegamos primeiro, iniciamos o que seria o dia de treinamento da missão “rodinhas nunca mais”.

Enquanto papai, por trás, segurava o selim para dar estabilidade, eu corria  de costas na frente da bicicleta indicando a direção que ele deveria seguir, de modo que Miguel olhasse sempre para frente e se sentisse seguro e confiante.

Após 2 tentativas, tombando o corpo sempre para a direita, na terceira vez Miguel deu três pedaladas firmes, precisas, retas, sem apoio. Sem rodinhas. Ele saltou da bicicleta com um sorriso nos lábios, sorriso de quem conseguira executar uma proeza. Um sorriso de vencedor! Daí para frente ganhou mesmo confiança e foi cada vez mais rápido e longe.


Quando P. chegou, uns 15 minutos depois, Miguel já estava enlouquecido com sua conquista, com a idéia de andar sem rodinhas. Vinha em zigzag “atropelando”as pessoas na pista, querendo ir além.


Na minha mente vinham flashes de quando eu “aprendi” (até hoje eu não ando muito bem de bicicleta, mas vá lá, não uso rodinhas), de como para mim foi difícil e como para ele tudo parecia fácil, simples, e o melhor, divertido. Meus olhos encheram-se de lágrimas em vários momentos, fizemos high five a cada nova distância alcançada. Como revivemos nossa infância com nossos filhos, reinventando nossas experiências. Mal posso esperar pela próxima descoberta.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Agradecimento

E mais uma do meu filhote...

- "Mamãe eu te amo porque só você faz isso tudo!" - se referindo aos preparativos para sua festa de aniversário da escola (estou fabricando uma festa de Tartarugas Ninjas).

domingo, 11 de maio de 2014

Dia das mães

Neste dia das mães o presente foi meu para o Miguel.

Nada melhor do que aprender a subir no vão da porta ou escalar as paredes do corredor.

E quem para ensinar e dar confiança ao pimpolho numa aventura descabida dessas? Mamãe!