Tentativa frustrada de fazer café da manhã pra mamãe.
Miguel queria nos fazer uma surpresa, um café da manhã na cama feito por ele mesmo. Do alto de seus 7 anos de independência, não há perigo que não possa ser superado. E assim ele foi.
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O pai se levantou para ver o que se passava, e resolveu ajudá-lo. Mostrou como encher a cafeteira italiana com o pó de café, e o advertiu a esperar que esfriasse antes de colocar na xícara. Instruções dadas, voltou para a cama.
Minutos depois escutamos um barulho de panela caindo no chão seguido de gritos guturais. Corri, aparatei na cozinha. Cheguei a tempo de ver o Miguel correndo para a área de serviço com olhar assustado e boca em pânico.
Quando me aproximei ele arrancava a calça do pijama e, com ela, uma larga extensão da pele de sua coxa. Segurei-o em meus braços, nem mesmo notei o peso, e corri para o banheiro. O coloquei na banheira e liguei o chuveiro frio e deixei que a água fizesse seu trabalho de limpar e acalmar a dor. Cortei o excesso de pele pendente passei uma pomada para queimaduras e fomos para o hospital.
Por sorte tudo que deveria ser feito num atendimento de emergência já tínhamos feito. Queimou feio a perna, mas não chegou a ser algo de segundo ou terceiro graus.
Muito susto. Muito amor.
Chorei quando voltamos para casa, o choro do medo, do nervoso, da dor na carne, de alívio.