Quando eu engravidei, alguns amigos (trabalho) também estavam grávidos juntos e achei perfeito. Assim nossos filhos também
poderiam ser amigos.
Lembro-me do mês de novembro de 2009 em que fomos à casa de um amigo, que cozinha muito bem, para
beber e comer - Miguel tinha 5 meses e o filho deste querido amigo tinha 3. Nossa idéia
é que eles prolongassem nossa intimidade. Mas isso parece não ter dado certo, não
podemos escolher a amizade dos filhos. Com o tempo acabamos não insistindo
nisso, apesar de mantermos os convites para as festas de aniversário todo o
ano.
Quando se tem filhos acabamos revendo lugares
por onde passeamos, comidas que comemos e pessoas com quem nos relacionamos. Vemos
nossos amigos cada vez mais raramente, e fazemos novos amigos: os pais dos
amigos dos nossos filhos, dos colegas da escola e dos conhecidos da pracinha,
praia e clube, etc.
E foi assim que aconteceu com a gente.
Um dia numa festa de aniversário qualquer, você
se aproxima de outro casal de estranhos e se apresenta, eu sou fulana mãe de
beltrano. Este é seu novo rótulo “mãe de”, sem identidade, sem nome, mãe de alguém.
Isso não importa porque seu interlocutor ainda vai te perguntar seu nome umas cinco
vezes até relacionar seu nome/rosto e o nome/ rosto do seu filho até se lembrar
de quem é você da fato.
Esta é uma rotina familiar a todos nós e também
necessária para tecer uma nova teia de relações e amizades para si e seu filho.
É o primeiro passo que ensinamos a eles no convívio social e para isso, muitas vezes temos
que nos despir de nossa própria timidez e medos para ensiná-los este caminho.
Então, foi assim numa festa que começamos a conhecer
nossos novos amigos, e dentro de um grupo tão heterogêneo, formamos outros
pequenos grupos que se assemelharam a nós e se identificaram conosco em
momentos diversos. Alguns abriram seus corações e suas casas, compartilharam
suas histórias e copos de cerveja. E cada um conquistou seu lugar em nossa
vida.
Costumo ensinar ao Miguel que o nosso coração
deve ser sempre preenchido com muitos amigos queridos e não um só, pois quanto
mais gente colocamos nele, maior ele fica.
E hoje é assim que me sinto, com o
coração enorme, com os velhos amigos e os novos que conheci através das mãos do
meu filho, e que foram conquistados porque eu tenho o Miguel.
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