Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

domingo, 1 de dezembro de 2013

Filho é para o mundo

Ele nasceu de 41 semanas e só não foi parto normal porque estava atravessado. Depois que chegou, levamos um tempo para nos conhecer e nos amar de verdade, antes disso o que tínhamos era puro instinto de sobrevivência.

Aprendemos a nos amar, a nos querer e a nos respeitar, e este foi o nosso segredo. Enquanto um (Miguel) descobria o mundo - primeiro engatinhando e balbuciando, a outra (eu) redescobria o que existia a sua volta.

E com isso vinha o medo de errar, de que algo ruim acontecesse ao meu filho, a culpa de que meus medos não me permitisse dar o melhor para ele, e por aí vai.

Há algumas semanas estávamos em casa de amigos quando ele se acidentou, bateu com a cabeça na mesa e abriu a testa. Imediatamente entrei em modo automático e iniciei os procedimentos de cura. Nestas situações eu não vejo sangue ou choro, ou só vejo o resultado final e aí consigo definir o que devo fazer para resolver o problema. 

Quando o machucado já estava limpo e tínhamos decidido que não seria caso de ir o hospital, meu filho procurou com os olho e braços o aconchego do pai e não o meu. 

Então é isso, não adianta eu super protegê-lo porque não estarei presente em todas as situações de sua vida para segurar em suas mãos, ele vai se machucar. Tenho que deixar ele correr, cair e aprender a se levantar (de forma literal ou figurada), não importa, ele não me pertence para endeusá-lo ou fazê-lo viver a vida em uma bolha, livre de riscos. A vida é um risco.

Ele sabe que em qualquer situação poderá sempre contar com o colo do pai e o carinho da mãe. Mas não é isso que ele vai querer em todos momentos. Ele vai querer viver a vida dele, e ter sua própria opinião e querer se machucar para "ver qual é".  

E eu tenho muito medo de perdê-lo, porque eu só tenho ele, mas por amá-lo tenho que respeitar seu espaço, mesmo hoje quando ele só tem 4 anos e uns trocados. A maternidade é quase que um jogo de estratégia cujo objetivo é a felicidade do filho, mesmo que ela represente a nossa não-felicidade imediata.

A gente tem filho para o mundo, e quanto mais cedo entendermos e aprendermos a lidar com esta idéia, mais feliz fica nossa experiência de mãe.

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