Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Pimentão, arroz e recheado



Há uns dois meses mais ou menos começamos a notar um maior interesse do Miguel nas letras. Durante todo o ano a escola vinha estimulando no processo de alfabetização e interesse na linguagem, de forma bem lúdica e leve, mas seu entusiasmo estava em outras áreas, digamos, mais físicas e esportivas.

Mas cerca de dois meses tudo mudou, ao ir comprar uma sfiha com o pai num restaurante árabe, após a saída da escola, ele arriscou “desembaralhar”as letras do cardápio escrito em letras graúdas próximo ao letreiro.

- PI-MEN- TAO, A-ROZ, RE-XE-A-DO.

E assim conseguiu, sozinho, ler suas primeiras palavras (pelo menos para nós), deixando pai puro orgulho e filho, uma felicidade só.  Quando cheguei em casa, os dois se alternavam em excitação para me contar  o ocorrido.

Esse foi só o primeiro passo no caminho desta descoberta que é o mundo da leitura. Ele anda, agora pela rua, lendo letreiros de ônibus e lojas com tamanha facilidade que é impressionante. Não sei se esta facilidade é dele, se é sucesso das professoras, ou nosso. Mas nos faz pensar se todo o analfabetismo do Brasil não poderia ser sanado facilmente em poucos meses com um pouco de incentivo e alegria.

Olhando para trás, penso no meu próprio processo de alfabetização, e volto constante a minha sala de aula e vejo com clareza as letras de fôrma (hoje chamadas de bastão) dispostas no quadro e consigo ler o que antes era tão difícil para mim. Confesso que o método atual de alfabetização fonético e não silábico me deixou apreensiva no início, mas funciona. 

Qualquer dia desses acordaremos pela manhã e ele estará sentado na sala lendo o jornal!


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