Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Crime e Castigo

Recebi outro dia um artigo de uma psicóloga sobre o cantinho do castigo, acho que queriam me alertar sobre este tipo de punição ou chamar minha atenção para não adotar simplesmente a técnica sem uma prévia reflexão.

Eu li, sem ressentimento, e refleti.  Primeiro, existe uma técnica para utilização deste castigo/cantinho. Não se coloca a criança simplesmente lá. Ela precisa ser avisada de que está infligindo uma regra que já é do conhecimento dela. E somente após uma ou duas notificações ela vai para cantinho.  

O cantinho serve sim como um timeout, um momento de suspender aquele momento de explosão de sentimentos e emoções em que pais e crianças se encontram para que ambos os lados esfriem a cabeça para que juntos reflitam sobre o ocorrido entendam o porquê desta suspensão do momento: Você entendeu por que está aqui? Você desobedeceu à regra X? Não se espera que a criança chegue a conclusões sozinha, é um trabalho em conjunto.

Para uma criança pequena a liberdade é seu bem de maior valor, por isso a paralisação do tempo no cantinho funciona. Para outras idades talvez não. Há quem diga que isso é behaviorismo, ou outro ismo qualquer e que as crianças deveriam aprender com liberdade, mas liberdade em excesso e sem direcionamento também não traz crescimento algum, apenas ensinam as crianças que tudo podem, e as deixam “mimadas”.

Antigamente as crianças tinham que obedecer a seus pais e pronto, sem direito a questionamentos ou negociação. 

Meu avô jantava com uma havaiana ao lado do prato sobre a mesa pronto para uma boa chinelada caso minha mãe tivesse “aprontado alguma” (a escala poderia ir desde se atrasar na volta da escola porque estava brincando de pique com os amigos até jogar um estojo de madeira do 8º andar).

Havia crianças que eram amarradas ao pé da cama (literalmente) para não saírem para rua e “aprontar das suas”, e quando o faziam, apanhavam de chicotinho. E quem nunca apanhou por sílaba? “Eu-já-dis-se-pra-vo-cê-não-fa-zer-is-so!”, cada sílaba uma chinelada.
Às vezes me pergunto qual o contraponto? Quantos melindres. Para onde estamos indo com tantos pudores nesta chamada “educação infantil”?

Não sou a favor de bater ou humilhar, mas temos que impor limites desde casa, pois vivemos num mundo hostil e cheio de regras. É nossa obrigação como pais ensinarmos nossas crianças a lidar com as frustrações e com os nãos pela primeira vez para que possam enfrentar o mundo.
Mas como fazer isso? Com autoridade e afeto.  E esse é um grande desafio, mostrar o caminho, impor regras e limites, sem nunca perder a ternura, sem nunca deixar de amar, por mais raiva que possamos sentir em certos momentos, o olhar tem que ser firme, porém doce.

Um comentário:

Sandra Pinto disse...

Amei sua reflexão sobre o tema. Autoridade com afeto é o caminho do meio. As crianças são espertas e precisam de limites amorosos.