Recebi outro dia
um artigo de uma psicóloga sobre o cantinho do castigo, acho que queriam me
alertar sobre este tipo de punição ou chamar minha atenção para não adotar
simplesmente a técnica sem uma prévia reflexão.
Eu li, sem ressentimento,
e refleti. Primeiro, existe uma técnica
para utilização deste castigo/cantinho. Não se coloca a criança
simplesmente lá. Ela precisa ser avisada de que está infligindo uma regra
que já é do conhecimento dela. E somente após uma ou duas notificações
ela vai para cantinho.
O cantinho serve
sim como um timeout, um momento de suspender aquele momento de explosão de
sentimentos e emoções em que pais e crianças se encontram para que ambos os
lados esfriem a cabeça para que juntos reflitam sobre o ocorrido entendam o
porquê desta suspensão do momento: Você entendeu por que está aqui? Você
desobedeceu à regra X? Não se espera que a criança chegue a conclusões sozinha,
é um trabalho em conjunto.
Para uma criança
pequena a liberdade é seu bem de maior valor, por isso a paralisação do tempo
no cantinho funciona. Para outras idades talvez não. Há quem diga que
isso é behaviorismo, ou outro ismo qualquer e que as crianças deveriam aprender
com liberdade, mas liberdade em excesso e sem direcionamento também não traz
crescimento algum, apenas ensinam as crianças que tudo podem, e as deixam
“mimadas”.
Antigamente as
crianças tinham que obedecer a seus pais e pronto, sem direito a
questionamentos ou negociação.
Meu avô jantava
com uma havaiana ao lado do prato sobre a mesa pronto para uma boa chinelada
caso minha mãe tivesse “aprontado alguma” (a escala poderia ir desde se atrasar
na volta da escola porque estava brincando de pique com os amigos até jogar um
estojo de madeira do 8º andar).
Havia crianças
que eram amarradas ao pé da cama (literalmente) para não saírem para rua e
“aprontar das suas”, e quando o faziam, apanhavam de chicotinho. E quem nunca
apanhou por sílaba? “Eu-já-dis-se-pra-vo-cê-não-fa-zer-is-so!”, cada sílaba uma
chinelada.
Às vezes me pergunto
qual o contraponto? Quantos melindres. Para onde estamos indo com tantos
pudores nesta chamada “educação infantil”?
Não sou a favor
de bater ou humilhar, mas temos que impor limites desde casa, pois vivemos num
mundo hostil e cheio de regras. É nossa obrigação como pais ensinarmos nossas
crianças a lidar com as frustrações e com os nãos pela primeira vez para que
possam enfrentar o mundo.
Mas como fazer
isso? Com autoridade e afeto. E esse é
um grande desafio, mostrar o caminho, impor regras e limites, sem nunca perder
a ternura, sem nunca deixar de amar, por mais raiva que possamos sentir em
certos momentos, o olhar tem que ser firme, porém doce.
Um comentário:
Amei sua reflexão sobre o tema. Autoridade com afeto é o caminho do meio. As crianças são espertas e precisam de limites amorosos.
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