Como tudo começou?
Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.
Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.
Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês. Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".
segunda-feira, 30 de maio de 2016
A linguiça do bem
Miguel muito se impressionou com o estado caótico que reduziu sua pobre mãe num fiapo de ser humano. De fato ficou extremamente preocupado que eu fosse morrer ou algo do gênero e pediu para até para ligar para a avó.
Meu relato para ele foi de que uma linguiça me fez mal.
Nada que um pouco de repouso de coca-cola não resolvessem.
24 horas depois, quando voltou da escola, morto de fome, eu o aguardava com um de seus pratos favoritos à mesa: capeletti de queijo com molho branco e presento, sem cebola. Me perguntou se poderia comer uma guloseima depois do jantar, e eu deixei sem as ressalvas de sempre.
Miguel puxou o pai para o quarto e disse que a linguiça tinha me feito bem ,porque eu estava boazinha.
Mais tarde naquela noite pediu para baixar um joguinho no IPad, algo que sempre gera discussão e argumentação, porem desta vez permiti sem questionamentos. Neste momento ele olhou para o pai de canto e deu um sorrisinho, reafirmando o comentário que havia feito anteriormente.
Então está bem, pelo visto eu comi a linguiça do bem. Mesmo que ela tenha me feito vomitar abeça.
Preparativos de aniversário
Entre os amigos alguns da escola antigo, alguns da nova e mais uma amiga que trocou de colégio este ano (sua paixão).
A expectativa de receber os amigos em casa para fazer bagunça, jogar videogame e dormirem juntos depois de um "banquete à meia noite", é tudo que eu tenho ouvido nos últimos dias. E cada dia que passa e se aproxima a data festiva, ele fica mais e mais entusiasmado.
Finalmente recebemos as confirmações e estamos na fase final de preparativos, este final de semana até ensaiamos a disposição do quarto para que possa acomodar a todos de forma confortável. Mas foi no domingo, quando ele recebeu uma mensagem de voz de sua eleita, confirmando sua presença é que ele ficou mais ansioso.
Não sei por quanto tempo ele vai aguentar a espera ou se irá ficar acordado de hoje até sábado para que chegue logo o dia.
O mais legal é que sua alegria contagia a nós todos. Também estamos curtindo os preparativos, fazer tubetes com cara de personagens e repletos de balas coloridas e imaginar as comidinhas e guloseimas preferidas.
Curto como se fosse uma festa para mim. A única coisa que está me deixando nostálgica é a idade, sete anos não dá. Imagine que ele já está com 1.29 de altura e vai fazer sete anos. Não é mais aquele bebezinho que precisava de mim o tempo todo. Ele é independente, até lavar a louça ele lava para ajudar.
Que esta comemoração seja marcante para todos nós...E que ele pare de crescer, senão, daqui há poucos anos, vou ter que segurar no colo um homem barbado.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
Lava louça todo dia, que agonia
quinta-feira, 26 de maio de 2016
História de dormir
"Era uma vez um menino, seu pai e sua mãe. Um dia eles resolveram viajar para o Uruguai.
Chegando lá eles descobriram que não sabiam falar a língua, e sem falar eles não poderiam ir ao restaurante, passear e comprar presentes, estas coisas, sabe?
Então o filho teve uma ideia. Por que não aprender a língua do Uruguai? Assim eles estudaram e aprenderem a falar. E puderam ir ao restaurante e passear. E eles adoraram a viagem.
Mas eles tiveram que voltar pra casa, porque acabou as férias. E eles ficaram muito tristes e começaram a chorar. Então o filho teve outra ideia. Eles voltaram na quinta-feira, então eles ia voltar no Uruguai no sábado ou domingo.
E quando eles voltaram uma coisa tinha acontecido, estava tudo destruído, e eles não entenderam nada. Mas como gostaram muito daquele lugar, eles resolveram reconstruir tudo sozinhos. E aí eles puderam se divertir de novo.
Fim"
Achei a história elaborada e cheia de significados nas entrelinhas. Uruguai é o país onde a avó paterna nasceu e volta e meia dizemos que gostaríamos de visitar.A volta com tristeza, remete às ultimas férias em que ele voltou com pesar de estar deixando o pais e voltando para casa. Mas o lance de destruição e reconstrução é bem legal.
Não importa o que haja, qual a situação difícil ou incomum, a verdade é que nós três juntos somos capazes de reconstruir, passar pelo desafio e no final, nos divertirmos com tudo.
Esse meu filho é uma pessoa especial, de muita sensibilidade e empatia, como nunca vi igual. Amo muito!
quarta-feira, 25 de maio de 2016
Arte terapia
Hoje Miguel me disse que estava com um sentimento que ele não sabia descrever, não sabia direito o que era, mas não era dor, "tipo dor de cabeça ou febre" (palavras dele).
Estava acabrunhado e triste. Deitou-se no meu colo em posição fetal, como um bebezinho indefeso no colo de sua mãe, procurando aconchego.
Depois de alguns minutos neste aconchego duplo (eu também tirei a minha casquinha, já que ele teima em crescer), sugeri que fossemos desenhar, usar tinta e brincar juntos. Sentamos no chão com papel e tinta guache, e cada um de nós sentou-se para pintar seus sentimentos.
Enquanto eu me entretinha com meus amarelos e verdes, ele se desenhou com as pernas longas (pernudo) e as mãos sobre o peito. Um bonequinho sozinho num jardim sem flores. Ainda assim, não estava tranquilo, fez outro desenho e ainda estava tristonho.
Eu perguntei o que ele estava sentindo mas não consegui dizer, então falei para ele desenhar o sentimento. Depois de resistir um pocuo, ele escreveu a palavra "falta" no desenho que havia feito de si mesmo.
"Falta".
O que fazia falta para ele? Que sentimento de ausência e solidão era este?
Foi quando perguntei do que ele sentia falta, e querendo mudar de assunto, com um meio sorriso no canto dos lábios, ele me falou contrariado, entre dentes... Falta de A., sua paixão juvenil, a amiga da escola que mudou de colégio e ele não vê há meses.
Coração partido. Saudades.
Como consolar um menino destes?
domingo, 15 de maio de 2016
Let's get ready to rumble
Na ultima medição que fizemos estava com 1.29, mas acho melhor confirmar na próxima consulta da pediatra.
Bem, seja o que for que o impulsionou a verdade é que ele tem ginga, tem jeito pro lance de acertar as cestas.
Let's get ready to rumble...