Hoje Miguel me disse que estava com um sentimento que ele não sabia descrever, não sabia direito o que era, mas não era dor, "tipo dor de cabeça ou febre" (palavras dele).
Estava acabrunhado e triste. Deitou-se no meu colo em posição fetal, como um bebezinho indefeso no colo de sua mãe, procurando aconchego.
Depois de alguns minutos neste aconchego duplo (eu também tirei a minha casquinha, já que ele teima em crescer), sugeri que fossemos desenhar, usar tinta e brincar juntos. Sentamos no chão com papel e tinta guache, e cada um de nós sentou-se para pintar seus sentimentos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHqrMcG8o_jf7CZ2JQ5x2cuRZsgqn6eWpwydZVmlRQUwhRhDJk2Hjhh5NNhGmf-IOo-SJI3qxCA9olzMfo1FRrUePIGE5PFgto_zclh_I7-UJBHtMIi2fuanyMJAa_guEGcIVb2iGmYGU/s200/CAM00559.jpg)
Eu perguntei o que ele estava sentindo mas não consegui dizer, então falei para ele desenhar o sentimento. Depois de resistir um pocuo, ele escreveu a palavra "falta" no desenho que havia feito de si mesmo.
"Falta".
O que fazia falta para ele? Que sentimento de ausência e solidão era este?
Foi quando perguntei do que ele sentia falta, e querendo mudar de assunto, com um meio sorriso no canto dos lábios, ele me falou contrariado, entre dentes... Falta de A., sua paixão juvenil, a amiga da escola que mudou de colégio e ele não vê há meses.
Coração partido. Saudades.
Como consolar um menino destes?
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