Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Arte terapia

O lance é expressar os sentimentos da forma que conseguirmos...

Hoje Miguel me disse que estava com um sentimento que ele não sabia descrever, não sabia direito o que era, mas não era dor, "tipo dor de cabeça ou febre" (palavras dele).

 Estava acabrunhado e triste. Deitou-se no meu colo em posição fetal, como um bebezinho indefeso no colo de sua mãe, procurando aconchego.

Depois de alguns minutos neste aconchego duplo (eu também tirei a minha casquinha, já que ele teima em crescer), sugeri que fossemos desenhar, usar tinta e brincar juntos. Sentamos no chão com papel e tinta guache, e cada um de nós sentou-se para pintar seus sentimentos.

Enquanto eu me entretinha com meus amarelos e verdes, ele se desenhou com as pernas longas (pernudo) e as mãos sobre o peito. Um bonequinho sozinho num jardim sem flores. Ainda assim, não estava tranquilo, fez outro desenho e ainda estava tristonho.

Eu perguntei o que ele estava sentindo mas não consegui dizer, então falei para ele desenhar o sentimento. Depois de resistir um pocuo, ele escreveu a palavra "falta" no desenho que havia feito de si mesmo.

"Falta".

O que fazia falta para ele? Que sentimento de ausência e solidão era este?

Foi quando perguntei do que ele sentia falta, e querendo mudar de assunto, com um meio sorriso no canto dos lábios, ele me falou contrariado, entre dentes... Falta de A., sua paixão juvenil, a amiga da escola que mudou de colégio e ele não vê há meses.

Coração partido. Saudades.

Como consolar um menino destes?


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