Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

segunda-feira, 17 de março de 2014

Primos

Quando nasceu a prima (por parte de pai) do Miguel todos ficaram em cima dele esperando que ele tivesse uma reação de ciúmes a qualquer momento, como se é esperando de uma criança nascida em uma família que só tem adultos quando finalmente nasce uma segunda criança.

Acontece que eu fiz de tudo para que ele se sentisse amado e querido a ponto de não precisar ter este tipo de sentimento, embora eu reconheça que não podemos dominar sempre o que sentimos.

Toda vez que nos encontramos com a prima, ele se esconde e esgueira, enquanto um amontoado de adultos ficam o cercando e falando que ela o adora (e ela não tem nem 1 aninho) e que faz carinho nas fotos dele, e que ele deveria brincar com ela e coisa e tal. Mas quando não tem ninguém olhando, ele é carinhoso com ela e faz pequenos mimos.

Às vezes penso que eles nunca vão se relacionar porque entre nós e os tios existem algumas diferenças de gostos e estilos de vida que por vezes nos afastam mesmo sem querer.

Na comemoração das bodas de 40 anos dos avós, Miguel virou-se para vovô J. E pausadamente, sílaba por sílaba, fez uma pergunta inesperada:

- Vovô, se-rá-que- um-dia- eu-po-de-rei-na-mo-rar-a-L.?

Vovô pego de surpresa por este questionamento, respondeu que se ela for bonita e principalmente, legal, pode sim. E morreu o assunto, sem mais nenhum outro comentário de nenhuma das partes.


Então é isso, adulto é um bicho bobo mesmo, sempre se preocupando e antecipando problemas que de fato só existem em nossas mentes, reproduzindo histórias de nossas vidas e trazendo para a vida de nossas crianças sem permitir que eles construam suas próprias trajetórias e que estas sejam diferentes das nossas.



Que ciúme que nada, Miguel estava apenas observando, comendo pelas beiradas para ver até onde pode ir. Vá longe, meu filho!

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