Ser mãe de
menino é um desafio tremendo, a gente não tem direito de falhar porque estamos
criando os líderes do futuro. E o que nós queremos para este futuro é o que
guiará a nossa forma de educar estes meninos.
Penso nisto
todos os dias, e me angustio.
Vejo mães terríveis,
não porque maltrataram seus meninos, mas porque os protegeram demais, os
cercaram demais e acabaram fazendo por eles. Para que sejam fortes e
independentes, temos que deixa-los cair, teremos que ser nós as primeiras
pessoas a frustra-los e magoa-los ao impor limites e dizer “nãos”. E isso dói,
afinal quando nascem são tão indefesos e lindinhos!
Mas não podemos vê-los
como nossos, eles não nos pertencem, eles são e serão do mundo, governarão,
viajarão, descobrirão seus caminhos e farão suas próprias escolhas, e tudo isso
independente de todo o “talquinho que passamos em seus bumbuns”.
Me angustia ver
mães de meninos trazendo água para eles e não o ensinando a pegar seus próprios
copos, sem saber elas os estão transformando em homens acomodados. Me preocupa
aquelas mães que nunca pediram a um filho para pagar uma conta (hoje com debito
em conta parece démodé mas houve um tempo em que crianças enfrentava a fila do
caixa para seus pais) no banco, estes não saberão por onde começar quando forem
adultos. E por aí vai...
Ao criarmos um
menino temos que ser verdadeiras e ainda incentivar o mundo da fantasia para
que não deixem de viver a infância, deixá-los viver o mundo da rua, com árvores,
bolas, skates e pipas, e o da casa com videogames e livros.
Temos que ensiná-los
o lugar da brincadeira de luta, porque elas existem, mas não deixar de falar
que quando crescerem elas ficarão para trás, porque brigar não é legal.
Ensinar que põem
brincar com as meninas também que elas estarão sempre ao lado deles e que devem
respeitar as diferenças. Que é possível ser amigo daqueles que gostam de coisas
diferentes deles, para que possam quando adultos ser mais tolerantes com as
divergências.
E ensinar o
respeito pelos amigos, pela natureza, pelos animais.
Mas o mais
difícil é aceitar que no meio disso tudo, nós mães poderemos ser deixadas em
segundo, terceiro, quarto ou até em último lugar, e que nem por isso eles vão
deixar de nos amar, e nós a eles. Que independente das escolhas que façam é a
relação que construímos agora que irá nos manter unidos para sempre, sempre
baseados no amor e na confiança.
Então para ser mãe
de menino não adianta guardar a cria embaixo da asa, e sim solta-la no mundo,
com a certeza de que eles saberão sempre o caminho de volta para casa, e para os nossos braços.
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