Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

domingo, 16 de março de 2014

Ser mãe de menino

Ser mãe de menino é um desafio tremendo, a gente não tem direito de falhar porque estamos criando os líderes do futuro. E o que nós queremos para este futuro é o que guiará a nossa forma de educar estes meninos.

Penso nisto todos os dias, e me angustio.

Vejo mães terríveis, não porque maltrataram seus meninos, mas porque os protegeram demais, os cercaram demais e acabaram fazendo por eles. Para que sejam fortes e independentes, temos que deixa-los cair, teremos que ser nós as primeiras pessoas a frustra-los e magoa-los ao impor limites e dizer “nãos”. E isso dói, afinal quando nascem são tão indefesos e lindinhos!

Mas não podemos vê-los como nossos, eles não nos pertencem, eles são e serão do mundo, governarão, viajarão, descobrirão seus caminhos e farão suas próprias escolhas, e tudo isso independente de todo o “talquinho que passamos em seus bumbuns”.

Me angustia ver mães de meninos trazendo água para eles e não o ensinando a pegar seus próprios copos, sem saber elas os estão transformando em homens acomodados. Me preocupa aquelas mães que nunca pediram a um filho para pagar uma conta (hoje com debito em conta parece démodé mas houve um tempo em que crianças enfrentava a fila do caixa para seus pais) no banco, estes não saberão por onde começar quando forem adultos. E por aí vai...

Ao criarmos um menino temos que ser verdadeiras e ainda incentivar o mundo da fantasia para que não deixem de viver a infância, deixá-los viver o mundo da rua, com árvores, bolas, skates e pipas, e o da casa com videogames e livros.
Temos que ensiná-los o lugar da brincadeira de luta, porque elas existem, mas não deixar de falar que quando crescerem elas ficarão para trás, porque brigar não é legal.

Ensinar que põem brincar com as meninas também que elas estarão sempre ao lado deles e que devem respeitar as diferenças. Que é possível ser amigo daqueles que gostam de coisas diferentes deles, para que possam quando adultos ser mais tolerantes com as divergências.

E ensinar o respeito pelos amigos, pela natureza, pelos animais.

Mas o mais difícil é aceitar que no meio disso tudo, nós mães poderemos ser deixadas em segundo, terceiro, quarto ou até em último lugar, e que nem por isso eles vão deixar de nos amar, e nós a eles. Que independente das escolhas que façam é a relação que construímos agora que irá nos manter unidos para sempre, sempre baseados no amor e na confiança.


Então para ser mãe de menino não adianta guardar a cria embaixo da asa, e sim solta-la no mundo, com a certeza de que eles saberão sempre o caminho de volta para casa, e para  os nossos braços.

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