No teatro da escola era a mãezinha segurando a mão de um colega que fazia meu filho e uma boneca de lhos esbugalhados.
Escrevia em cadernos e folhas os nomes possíveis para meus filhos e filhas futuros.
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A ideia de ser mãe foi crescendo em meu coração como uma ordem natural a qual deveria seguir ou morrer tentando (kkkk eu não chegaria a tanto, mas a emoção da criança parecia assim, radical).
A menina cresceu, escolheu um par, um companheiro, um parceiro. Juntos sonharam novamente com a mãe. Como a Grande Mãe Gaia que deu vida aos Deuses, e gerou a humanidade a partir de seus filhos, sonhei comum ventre cheio e fértil de amor e vida.
Os nomes escritos na infância já não faziam sentido para aquele ser que se desenvolvia preguiçosamente em minha barriga. Era preciso algo único, algo nosso.
Lendo um livro encontrei este nome, de que nunca havia gostado, porém agora neste novo contexto ganhava uma nova forma com mãozinhas e pezinhos diminutos. Um novo nome cheio de significados metafísicos, históricos e espirituais, aquele que pode falar com Deus em nome dos homens. Um orador, comunicador, um verdadeiro geminiano.
Assim nosso Miguel foi sendo gestado. Uma gestação que começou mais de 20 anos antes dele chegar. Começou com uma brincadeira, como um sonho e se concretizou numa parceria e amor.
E então ele chegou! Cabeludo, narigudo e pezudo. De olhos abertos e falando (na verdade berrando) – “ei mundo, cheguei!”. Olhos de arco-íris, gengiva careca, sorrisos e caretas... Sempre atento ao que o mundo mostrava, um verdadeiro mini computador, registrando tudo e todos, atualizando-se e retornando com mais e mais informações.
Cresceu, ainda cresce. Se aventura destemidamente pelo mundo, corre, cai, salta, brinca, lê, atua (esse é meu filho, sem dúvidas), e sempre cercados de amigos, novos, antigos e ainda não descobertos.
Esse é o Miguel, aquele que nos escolheu para sermos seus pais, aquele que escolhemos para ser nosso filho. A quem amamos com suas qualidades, com quem aprendemos a sermos seres humanos melhores, e a quem ensinamos a amar, confiar, respeitar e viver.
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