Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O pequeno bruxo

Desde que me lembro que digo ao Miguel que sou bruxa. Não daquelas malvadas, mas porque acredito que nasci com algo especial e me sinto assim. Agora que ele está naquela fase de questionar tudo, não está acreditando muito e me pediu para ligar para minha mãe para confirmar. Liguei, mas como caiu na caixa postal, ficamos sem resposta.

Alguns dias depois quando vovucha veio nos visitar, ele perguntou para ela ser era verdade que era bruxa. E aí veio a grande surpresa!

Ela o levou para o quarto para conversar e revelou que não só eu, mas ela também era uma bruxa. Que possuía um caderninho onde anotava seus desejos e feitiços. Mas já fazia algum tempo que não praticava, mas que faria um para ele.

No dia seguinte, na volta da escola, viemos conversando sobre o assunto e ele me falou desta conversa. E disse a ele que tinha mais uma coisinha desta história, se eu era bruxa e a avó, e ele nasceu numa família de bruxas, então ele também seria um bruxo. Ele se virou para mim de olhos arregalados e sorriso desconfiado nos lábios e disse: “mas eu não faço feitiços”.

Eu disse que ele fazia sim, só não sabia disso ainda. Pronto, começou a falar acelerado pela rua, dizendo que era bruxo e na escola ninguém podia saber que ele fazia feitiços, que ele fazia enquanto dormia de olhos fechados, etc.

Em casa, me pediu para mostrar como se fazia um feitiço, então eu sentei a sua frente em posição de Reiki e disse algumas palavras, e ele se desviou para o feitiço não “pegar” nele (hahahahha), e depois tentou repetir o que eu fiz.

Contou para o pai que era bruxo, e este disse que talvez não, uma vez que eu era e ele não, Miguel poderia não ser. E a isso ele respondeu que nasceu da minha barriga e se eu era bruxa ele também (mesma lógica do judaísmo, só é judeu quem nasceu de útero judaico... toma, papai!).


Em seguida conversamos mais sobre as bruxas boas e más, lembrando do filme Oz, Mágico e Poderoso (o filme novo do mágico de Oz), e tentai explicar que nunca podemos fazer com que outra pessoa faça algo contra a vontade dela que coisas ruins voltam para gente, como aconteceu no filme com a bruxa verde (lei do retorno), e ele entendeu. Depois, saiu do quarto feliz da vida. 

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