Como tudo começou?

Enquanto revia vídeos e fotografias do meu pequeno de 4 anos (hoje com 7), que teima em crescer mais rápido do que eu consigo acompanhar, aproveitei para reler os diários que fiz desde a gravidez aos dias de hoje sobre cada momento (que julguei importante, essa ideia eu tive com a minha sogra que até hoje guarda escritos sobre fofurices do meu marido quando criança) registrado para que as trapaças da memória não as apagassem.


Foi neste caminho de reviver o passado que me descobri saudosa e percebi que precisava compartilhar as lembranças antes que esmaecessem sob a luz do dia a dia. Então, resolvi que postaria para amigos, familiares e outros curiosos do mundo pedaços desta minha vida, e ainda de lambuja deixar para o meu pimpolho histórias sobre ele mesmo para que um dia leia e sinta como foi esta jornada de chegar ao mundo e traçar seus próprios caminhos.


Espero que gostem e se emocionem um pouco, assim como eu ao revisitar minha história, e se entusiasmem para fazer uma visita à história de vocês.
Sejam bem vindos às "histórias sobre meu filho".

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Profissão estresse - mãe

Fui ao médico porque descobri um caroço no antebraço. Logo no início da minha consulta meu médico me tranquilizou dizendo que não era nada, apenas um quisto sebáceo, um acúmulo de gordura, provavelmente causado por estresse e começou a me fazer uma série de perguntas sobre a minha vida.

Desatei a falar sobre os acontecimentos do meu ano de 2014 que foram bem pesados, conflitos familiares, desentendimentos, o peso que sinto com a responsabilidade de manter uma casa, o trabalho desgastante que me toma todo o tempo, os cuidados com o filho pequeno nos dias de hoje que requer toda a minha atenção 24x7.

Ganhei uma licença medica de 5 dias para tentar diminuir o ritmo e encontrar um ponto de equilíbrio.

Depois de dois dias em casa percebi que um dos maiores pontos de estresse na vida atual é o meu filho. meu filho que amo mais que tudo no mundo, que escolhi ter, que desejei que tivesse exatamente estas características que apresenta, o meu Miguel é um ponto de estresse na minha vida. 

E por que? Porque ele é muito parecido comigo, às vezes parece que estou duelando comigo mesma, uma briga entre um eu de 37 anos, adulto, racional e equilibrado, com meu eu de 5 anos, infantil, egoísta, birrento.

O dia a dia com meu filho traz à tona o meu pior lado, tenho que gerenciar tudo que tinha em mim e que deixei para trás ao longo dos anos, no meu processo de crescimento pessoal. Somado das exigências e expectativas da minha família e a do meu marido, que na maioria das vezes são completamente diferentes, e ainda fazer com que isso não interfira na minha vida a dois.

Minha pergunta é, todas as mães passam por isso ou é exclusividade minha? Não me entendam mal, amo meu filho, mas desde sua chegada o nível de estresse, de exigência e responsabilidade só aumentou.  Não existe "teste drive" para ser mãe, ou você cai dentro ou fica postergando até o dia em que não dá mais. 

Eu caí dentro, mas é pesado às vezes, mesmo com todo o amor, como todo o apoio que tenho do meu marido, com toda a espiritualidade, tem dias que quero sair correndo e gritar, gritar muito... 

Miguel, eu te amo mais que o céu e a terra, você tem os olhos e nariz que desejei, o cabelo que escolhi, o sorriso que sonhei. Nos escolhemos há muitas eras atrás e continuaremos a nos escolher por muitas ciclos. Você traz à tona a minha luz e as minhas trevas, me equilibra. Você é o meu sonho realizado, minha ilusão e minha realidade. Eu te desejei. Eu te quis e te quero. Nada muda entre nós, mesmo quando somos maus um com outro, nosso amor persiste. Mas vou te contar uma coisa, cara, ser mãe estressa. Às vezes só quero ficar com você no meu colo te amando em silêncio.

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